[Campanha Alastor] - Home Sweet Home

As passagens para o Makai não são coisa fácil de se achar.
De maneira natural, só se vai ao Makai quando se morre. 

A natureza às vezes cria passagens e foi o acaso que permitiu que Alastor achasse uma e passasse ao mundo dos vivos. 

Desta vez não foi diferente. Alastor e Pandoras tiveram que andar um bocado antes de encontrar uma destas passagens naturais, mas eventualmente conseguiram. 

O makai pode ser descrito como uma enorme selva ou floresta fechada, com bestas e animais próprios daquele mundo, além das almas que vagam esperando por uma continuidade para sua existência. Há um enorme rio, que é por onde as almas dos mortos chegam. Contudo, os visitantes sempre são transportados para algum lugar da floresta ou da selva. 

O portal do inferno não tem portas ou portões, apenas um arco em pedra, onde três figuras montam "guarda". Alastor as conhece, pela sua permanência nos planos inferiores.

Cérberus nunca deixam a área do portão. Elas foram designadas pelo Grande Rei Demônio e são fortes. Sua função, nada mais é, do que evitar a entrada daqueles que não merecem os planos inferiores, ou seja, espíritos benéficos e benfeitores não podem entrar.

Depois de uma longa caminhada, nós deparamos com uma "velha" conhecida, Cérberus. Me aproximo delas com confiança, comprimento cada uma delas com um beijo em suas mãos:  - Quanto tempo que não tenho o prazer da presença de tão bela criatura infernal. - Digo a "elas" de forma galanteadora com um sorriso enquanto mantenho meus olho para elas de forma sedutora. - Infelizmente estamos apenas de passagem desta vez. Mas digam para mim, não fica interditada em ficar apenas guardado o portão do inferno? Não querem vir comigo para algo divertido?

Cérberus deu sorrisinhos aos galanteios de Alastor, com as caudas pontudas sacudindo de alegria.
As três moças suspiram ao mesmo tempo após a oferta. Agora cada uma falava em um turno.

- Deveras... Entediante. 
- Mas não podemos sair daqui, oh não. 
- O Rei Demônio anda de muito mau humor, anda sim. 


- A última vez que saímos, alguém entrou.
- Não. Alguém saiu. 
- Foi mais de um. Foram mil. 


- Não exagere. Foram alguns.
- Nós não vimos.
- Não estávamos aqui. 


- Adoraríamos acompanhá-lo, mas educadamente recusamos o convite. Só para lembrá-lo, uma vez que retornar aos planos inferiores, sua verdadeira forma é revelada. 


Dizendo isso, as três voltaram aos seus afazeres.
Assim que Alastor passasse pelo portão, estaria em sua real forma e não a usada para perambular no mundo dos mortais.

Pandora escreveu:
- Um lugar realmente acolhedor, este Makai

Refletiu em voz alta, o doppel. Nunca tinha ido ao Makai, ou não se lembrava de tal feito.
- Por acaso sabe por onde começamos a procurar?

Eu me despeço de Cerberus de forma cordial, caminhando em direção ao grande portal de pedra: - O Makai se divide em nove círculos cada qual representa um pecado, provavelmente vamos encontrar seu colega Demiurge no oitavo circulo chamado de "O MALLEBOGE”. - Digo enquanto atravessamos, revelando minha real aparência. - Acho melhor assumir uma forma mais adequada para este lugar, não queremos chamar a atenção.

Pandora escreveu:
-  OOh claro! Não quero dar problemas a um amigo de meu mestre.

Dizendo isso, Pandoras tomou a forma de Karl afinal era a única que tinha desde seu despertar. Analisando a forma natural de Alastor, Pandoras completou.

[b]- Ah sim. Com certeza, vendo sua real forma, Demiurges deve ser destes lados. Com o tempo, as memórias vão ficando claras.

O primeiro círculo era o Limbo, ou o lugar dos recém- chegados. Pandoras e Alastor caminhavam por um alto desfiladeiro, cujo interior era infestado de gritos e choros. Almas perturbadas, ainda sem entender que estavam mortas, procurando por seus entes queridos em vida ou procurando um jeito de saírem dali - que, obviamente, era impedido por cérberus. Assim que entrava nos círculos inferiores do Makai, só havia dois jeitos de se sair: redenção ou conversão em demônio. Só querer sair, não era o bastante.

O abismo abrigava estas almas até que se lembrassem das maldades que praticaram em vida. Muitas começavam a escalar, apenas para serem jogadas de volta por Cérberus OU um dos muitos demônios que ficavam assistindo do topo do despenhadeiro. 

Novamente, Alastor via algumas feições conhecidas aqui e ali. Demônios torturando as almas que tentavam escalar, chutando pedras e jogando coisas lá de cima para dificultarem o processo. Eram demônios inferiores, claro, mas ainda assim, demônios.

No topo do desfiladeiro, também, ficavam os castelos do saber. São enormes bibliotecas onde todas as memórias das vidas são mantidas pelos Shinigamis, ou deuses da morte. 
Alastor nunca tinha entrado em um, então não saberia dizer o que continham, mas já tinha visto um shinigami. Eram seres de olhos verdes e emoções frias, responsáveis por ceifar a vida dos vivos. Também eram responsáveis por guiar as almas que se arrependiam no Limbo para planos superiores. 

Em frente, o demônio sabia, chegariam ao segundo círculo: A terra dos Ventos, ou os salões de julgamento.

Os salões de julgamento nada mais eram do que um enorme pátio em pedra negra, com quatro finos obeliscos em cada canto. 

Ao centro, no topo de um enorme púlpito estava Minos, o juiz. Havia uma fila enorme de almas. Minos exigia que cada uma desse um passo a frente quando fosse chamada, e lhe perguntava de sua vida. 

A partir dali, a consciência da pessoa a levaria para o circulo de punições, e Minos era responsável por mandar as almas para o círculo correto. 

Era um demônio com chifres enormes e uma cauda comprida. Suas feições eram duras e fechadas, lembravam muito um touro de alguma maneira. O anel em seu nariz obviamente contribuía para isso. Olhou Alastor de cima do púlpito, por cima dos óculos de meia lua.

- Alastor. Há muito não o vejo. Desejando passar pelas punições de novo? - perguntou a voz grossa de Minos. - Próximo!

Uma alma se aproximou do púlpito, ficando em cima de um círculo esculpido no chão com vários símbolos.
- Hm.... assassino. Você se lembra quantos matou? Lembra-se como o fez? Lembra-se de como festejou cada ato? - quando a alma fez que sim, recordando as atrocidades que fez, para todas as perguntas, Minos apenas carimbou o papel violentamente, ao mesmo tempo em que a alma era engolfada em chamas e sumia de vista. Aquilo seria um jeito muito mais rápido de se viajar pelos planos infernais do que caminhando. 


- Então....  Aonde vão você e seu... - Minos olhou para Pandoras/Karl - amigo?
Enquanto esperava a resposta de Alastor, Minos continuava "atendendo" as almas. O inferno parecia muito mais uma repartição pública, até ali, do que propriamente o espaço de danação eterna. 

Alastor havia passado por tudo isso quando ainda era uma alma, mas suas memórias eram bem mais assustadoras, claro. Agora, passando por tudo aquilo de novo na forma de um demônio, tudo lhe parecia... normal.

- Meu caro Minos! realmente faz muito tempo. Mas desta vez estou a trabalho. - Eu me encosto de uma das pilastras do salão esboçando um sorriso malicioso para Minos enquanto trabalha. - Sabe meu velho "amigo" estou levando um de meus clientes para sua divida ser debitada no oitavo circulo. Poderia me conceder a passagem para lá por obsequio? Estou com um pouco de pressa. 

Minos estuda Alastor por trás dos óculos, depois olha Pandoras de cima a baixo. Finalmente dá de ombros. 

- Eu realmente não me importo o que você faz lá embaixo. Se criasse problemas por aqui, eu teria que intervir. - pigarreou e sorriu para o demônio com um conjunto de dentes brancos e caninos afiados. - os demônios lá debaixo que se entendam. Pisem no círculo, por gentileza.

Assim que Alastor e Pandoras pisaram no círculo no chão, uma golfada de fogo subiu, envolvendo-os em um pilar. Tudo isso não durou nem um segundo estavam no oitavo círculo. O MALLEBOGE. 

Era uma enorme caverna, cujo topo era impossível de ser visto. Havia rios de água escura correndo por entre a caverna, diversas tocas e corredores nas paredes e fossos. Cada fosso com um grupo de almas sendo torturada, de um jeito diferente, por um demônio diferente. Alastor sabia que a "chefe" daquele departamento de torturas era Górgona e ela, sim, era alguém a ser evitado. Afinal, arranjar briga com um dos lordes demônios era algo para uma outra visita. 

Uma cena em particular capturou a atenção de Alastor. Uma garota demônio empurrava as almas que tentavam sair de um fosso de volta para seu fundo, com uma enorme Katana embainhada ou com seu pé. A menina tinha a expressão de puro tédio no rosto. Usava um kimono preto, com uma máscara de oni igualmente preta. Tinha chifres e uma cauda finos e pretos. Alastor já a tinha visto em outros círculos do inferno. Muito antes de ele ter virado um demônio, esta garota já andava aqui e ali, azucrinando as almas sofredoras.

- Saudações minha cara! Eu jamais me arrependo de nada. - Digo isto me aproximando dela, a cumprimentando de forma sedutora com um beijo em sua mão. - Estamos procurando um conhecido nosso, seu nome Demiurge talvez o tenha visto por estas paragens. - Então digo para ela de forma galanteadora, mantendo olhos nos olhos: - Qual e seu nome minha querida? Aparentemente está entendia com serviço monótono e sem graça, posso proporcionar alguma diversão no mundo humano?

A menina pondera por um momento. 

- Demiurge... nunca ouvi falar. - respondeu na mesma voz monótona. - Tem certeza de que é um demônio? Se for uma alma é só pedir pro Minos, porque ele tem os registros. 

Ainda com os olhos fixos em Alastor, colocou o pé na cabeça de mais uma alma que tentava chegar à margem. 
- É isto aqui está ficando monótono. Eles afundam sempre da mesma forma... e quando os corto, eles não sangram. O nome é Akane. 

Pandora escreveu:
- Não haveriam... ruínas... ou tumbas, aqui... haveriam?
Pandoras se adiantou, lembrando que Bones o encontrara em uma ruína.

Akane pensou por um momento, olhando para uma alma que segurava seu pé. 
- Temos templos abandonados. Antigos lugares de veneração... quando o Makai era diferente. Eles são perigosos, cheios de armadilhas. Se for isso que estão procurando, o mais antigo fica por aqui, não muito longe. 

Dizendo isso, sacudio o pé, chutando a cabeça da alma e a fazendo afundar novamente no cocô. 

*suspiro*

Infelizmente e um demônio, e provavelmente Minos não teria qualquer registro deste tipo, ele sempre se importou com as almas e não com nós demônios. - Respondo com toda cordialidade para Akane me aproximando de seu rosto, segurando seu queixo de forma delicada. - Não esquecerei de sua ajuda minha pequena Akane, eu darei meu jeito para te liberta deste tedio perpetuo quando retornarmos com nosso compatriota. - Então dou um beijo cordial em sua mão e me afasto dela indo em direção as ruinas que ela indicou. - Adios mi querida Akane! Nós ver em breve para trazer juntos um pouco de caos ao mundo!!!

O templo que Akane apontara era afastado dos fossos de tortura e rios. 

Era tal qual uma ruína no mundo dos vivos, mas todos tinham uma coisa em comum. 

Demônios escalados para agirem como guardiões do lugar eternamente, sem poderem se libertar. 

Ao entrarem na enorme construção em pedra negra, logo já viram três demônios de características reptilianas descendo pelas colunas. 

Pandora escreveu:
Ao ver os demônios descendo pelas colunas, Pandoras transformou sua mão em uma espada.
- Ah ... tal qual lá em cima.
Foi seu comentário, antes de se atirar à batalha.

A lagartix... o demônio desviava do golpe de espada de Alastor, tal qual uma cobra avançava contra o rapaz mordendo-lhe o braço. O demônio se livrou do réptil com um movimento rápido, mas a mordida tinha arrancado seu bife.

Pandoras conseguia desferir um golpe em um dos demônios, mas logo recebia uma mordida na perna de outro. Livrando-se do inimigo como quem se livra de um parasita nas botas, Pandoras logo se esquivou de um segundo ataque, vindo do outro inimigo.

Pandoras errava seu golpe. Aquilo eram cobras em forma de demônio... impossíveis de se atingir. 

Uma das lagartixas demoníacas rasgava a perna de Alastor com as garras, enquanto a outra errava o golpe em Pandoras e a terceira lhe sentava uma mordida no flanco.

- Desvantagem, sim... derrotados, JAMAAAAIS!!!  Cantou, alto, Pandoras.

Eu mesmo com minha perna ferida pela mordida do demônio reptiliano eu giro meu corpo para desferir um golpe certeiro no adversário atacara Pandora pelos seu flanco desprotegido. - Vamos Pandora honre seu criador e destrua em seu nome!!!

As lagartixas pareciam gostar do sabor de Pandoras, pois após seu erro miserável no ataque, uma delas pulou em seu ombro com as presas. Pandoras sacudiu como um boneco biruta de mecânica para se desfazer da criatura.
- UMa VERGONHA de dizer que sirvo ao meu mestre, isso sim! 

Já Alastor, desviava dos dois ataques com um pontápé bem dado e uma voltinha no lugar, como se estivesse dançando. Estar em seu ambiente parecia fazer bem ao demônio.

Pandoras estava frustrado, irritado, humilhado. 

Com um grito, girou no lugar e decepou um dos demônios com sua espada. Quando o outro veio em sua direção, simplesmente lhe chutou com a bota. 

Alastor ficou tão espantado com a virada que levou uma arranhada da lagartixa próxima a si. 


Os deuses da sorte eram estranhos.... Muito estranhos...

Pandoras parecia um flamingo dançando balé... com sapatilhas apertadas demais... e uma hérnia de disco.... e cego.

Ao tentar atacar a lagartixa restante, tropeçou e caiu em cima da mesma, frustrando seu ataque (pelo menos uma coisa boa).