[Campanha de Arkiel] Sangue novo

por **Bones** Dom 14 Fev 2021 - 20:14

O caminho foi um tanto difícil de chegar ao seu destino, logo no primeiro dia que iria se apresentar uma tempestade de areia e poeira decidiram assombrar a cidade, mas pelo menos assim significava que os soldados estariam reunidos. As tempestades como aquela não eram raras naquela época do ano, mas ainda assim incomodas, principalmente para os soldados com suas armaduras, pois diferente da agua que pode secar, a areia e poeira acumuladas precisavam ser retiradas ou logo as peças iriam parecer raladores em contato com a pele.

Arkiel Caputo-Montez, um jovem oficial de uma família quase nobre, com titulo no papel mas sem a importância e pompa da nobreza que circulava pela cidade. Poderia ele fazer a diferença para sua família? Para o povo? Para a cidade? Ou apenas para si mesmo contanto que recebesse o soldo no final do mês?

As ordens dadas foram que ele se apresentasse no quartel norte, uma região mais pobre e não muito bem vista, para substituir o ultimo tenente, morto num conflito com uma gangue local. Os soldados estarão a espera, alguns limpando suas armaduras, alguns afiando suas armas, outros apostando em jogos de azar. No total, presentes serão 10 soldados, um numero relativamente baixo devido ao perigo do lugar, mas alto de mais para a coroa ficar sustentando numa região que era tão "sem nobreza".

por **Arkiel** Dom 14 Fev 2021 - 20:47

Arkiel após um tempo andando ao meio da tempestade desértica, estava com a armadura também, cheia de areia. Mas isso não era problema, pois ele era durão, e podia aguentar certas coisas por um certo tempo, Uma tempestade de areia não era nada. Ele tinha que provar para os soldados a confiança. Não seria um papel que seria o suficiente. Ele precisava demonstrar isso.
Então, ao chegar no local adequado, ele abriu a porta do quartel e foi ao meio do mesmo. Ele bateu a lança do chão duas vezes, fazendo um som metálico e forte no mesmo, e falou com palavras de ordem e um rosto sério:

-SOLDADOS !

Nesse momento, o mesmo esperava que os soldados o olhassem. E também, que os mesmos o esperassem falar.
Soundtrack:

-Nobres guerreiros confiados com a missão divina de segurança pela cidade e carregam o fardo da justiça. Em nome da mesma, como seu novo tenente, eu os CONVOCO !

Ele falou, berrando na parte do "convoco"

-É de meu conhecimento que alguém amado por vocês, meu sucessor, morreu devido a problemas na cidade. Eu não posso oferecer o retorno desse de volta, mas eu posso oferecer a vocês a chance de que isso não ocorra de novo.

Ele se virou olhando ao redor, olhando para os outros soldados.

-Não apenas a respeito a mim. Mas pelo fato de ser um de vocês. Pelo fato deles terem matado o homem ao qual vocês confiavam a própria vida e pelo fato também que poderia ser um de vocês no caixão, enterrado por suas familias. Eu ofereço a vocês a chance de SEGURANÇA.

Ele abria os braços, exasperando.

-Eu ofereço a vocês a chance de ganharem de novo o respeito da população. Não deixaremos mais nenhuma morte injusta acontecer nessa cidade! Levaremos a justiça para a casa de cada um de nós e a segurança de todos ! Seremos novamente respeitados !

Então, ele colocou a mão no peito.

-Entendo o fato de vocês quererem saber mais sobre mim no momento, e eu queria saber mais de vocês, Mas devemos seguir em frente. Devemos primeiro tomar conta da missão que está em nossas mãos ! Pois a justiça, A justiça não tarda ! Então ...

Ele colocou a mão pra cima, em forma de punho.

-Vamos fazer os que mataram o pessoal que matou o que comandava vocês, pagar !

Então, ele estendeu a mão.

-Quem está comigo ?

por **Bones** Dom 14 Fev 2021 - 21:23

Ao adentrar e bater no chão, conseguiu atenção de alguns, enquanto que os que dois que jogavam ainda continuavam e outro sentado de braços cruzados numa cadeira inclinada encostada na parede parecia estar dormindo, pois seu capuz deixava na duvida se estava realmente acordado ou não.

Alguns se entreolharam, outros deram pouca atenção. Ao final, aquele que estava encostado se levantou, se aproximou parando perto, perto o suficiente para sentir o cheiro de sua noite anterior de bebida e mulher, visto que banho parecia um luxo não muito disponível para todos.

- E quem garante que não foi um divino colega de pelotão que não o matou, senhor?

O bafo era tão ruim quanto suas palavras, com malicia e nem um pouco de simpatia. Falou num tom presunçoso e arrogante, olhando de cima a baixo o jovem oficial. Outros se cutucaram para olhar a cena, podendo ouvir umas risadinhas baixas.

Sargento Tareb se apresentando, senhor! Devemos limpar a cidade de toda a escoria agora mesmo? Pegar todos os bandidos? ou quem sabe salvar gatinhos dos telhados?

Dizia completamente irônico, fingindo manter a posição de sentido, levando os outros a gargalhada.

Pelos uniformes gastos e sujos, o cheiro ruim, só três frutas amassadas no cesto e armas e armaduras trincados e gastos, ficou claro que aquele ambiente acima de tudo havia sido abandonado pelos superiores da cidade a própria sorte.

Pelos traços físicos, a maioria ali era magro e sem muitos músculos, provavelmente mal tinham uma alimentação direita. Juntando ao fato de estarem numa região pobre e as informações que passaram de antemão, provavelmente um ou outro poderiam ate ter conexão com bandidos do local, sejam aliados, amigos ou parentes de um deles...

por **Arkiel** Dom 14 Fev 2021 - 21:57

"Não esqueça dessa teoria, As vezes revoltas podem acontecer. Mas para uma revolta acontecer propriamente precisa de um motivo. Falta de motivação ? Falta de ordem ? Mas uma morte?"
Essas palavras começaram a se passar na cabeça do jovem tenente. Ele olhou pra Tareb calmamente, de cima a baixo.
Ele chegou perto de Tareb, olhando pra ele friamente. e tocou no ombro dele, com a mão que não segurava a lança. Nesse momento, tinha que escolher as palavras corretamente.
Nesse caso ... terei que lidar com a pessoa que revoltou propriamente. Casa dividida passa fome.
Ele falou, virando os olhos pra a cesta de frutas, então, olhou nos olhos de Tareb.
-E você vai seguir o que eu dizer pra seguir. Se eu dizer pra você tirar a merda de um gato de um telhado, você VAI tirar gatos do telhado. Se eu mandar você colocar uma galinha na corte, você VAI colocar uma galinha na corte. E você sabe porquê você vai fazer tudo isso ?
Ele olhou, ainda segurando o ombro de Tareb, pra o resto do exército.
-Porquê você, você, você e você ...
Ele falou, apontando pra todos os membros do exército.
-Estão em graves problemas. Vocês devem estar passando fome. Passando frio e passando perigo.
Ele então, olhou pra Tareb novamente.
-E vocês todos farão o seu trabalho que é seguir o meu comando para poderem melhorar essa vida indigna a qual estão vivendo agora mesmo. E eu farei o meu trabalho que é cuidar de vocês. E eu vou DEFINITIVAMENTE cuidar de vocês.
Então, em seguida, ele disse:
-Eu não sei como você agia com o meu antecessor. Mas a próxima vez que você questionar minha autoridade, ou meu comando, que está com o principal objetivo o prolongamento de sua vida, eu vou pessoalmente lhe rebaixar, Tareb.
Ele então, suspirou, soltando o- mesmo.
-E enquanto você ir comigo, com essa instituição, eu prometo que coisas boas virão ao seu encontro.
E ele olhou em seguida pra o resto da tropa.
-De todos vocês.
Então, ele olhou pra os soldados que jogavam cartas e disse em seguida:
-Exijo que vocês dois façam um relatório do que tem ao redor dessa base. Moradores, casas, estabelecimentos, fazendas, animais silvestres, tanto faz. Preciso desse relatório imediatamente. Se não fizerem isso, eu queimarei as cartas de vocês.
Ele olhou pra os soldados que estavam mais amigaveis a troca de comandante.
-A vocês, a ordem é de fazer inventário. Me falem sobre as armas e itens que há aqui.
Em seguida, ele olhou pra Tareb.
-E você, venha comigo pra o canto. Quero conversar com você.

por **Bones** Dom 14 Fev 2021 - 23:30

As palavras lhe vieram em mente e seus ensinamentos e conselhos, assim como todo aquele discurso que planejava novamente começar, lindo em sua mente, quando de subito percebeu que o mundo por um instante pareceu girar. Não, não foi o mundo que girou e sim ele.

No momento que colocou a mão no ombro dele, ele imediatamente agarrou seu braço e torceu, mas foi tão rápido e seu desequilíbrio acabou fazendo você cair. Imediatamente alguns se levantaram espantados, outros riram, mas ninguém veio intervir.

Após o acontecido, Tareb simplesmente voltou a sua cadeira e se recostou, cobrindo seu rosto novamente com o capuz, enquanto os outros voltavam ao que faziam antes.

por **Arkiel** Seg 15 Fev 2021 - 0:12

"Isso está ficando ridiculo. Tareb não vai a lugar nenhum. Preciso ver o que o resto está fazendo."
O jovem tenente pensou, então, se levantou e olhou pra as pessoas que estavam cuidando dos equipamentos, e perguntou calmamente pra elas:
-E você? Qual seu nome e ranking ? E o que está fazendo com os equipamentos ?
Ele perguntou em um tom tentando não ser agressivo com os mesmos.

por **Bones** Qua 17 Fev 2021 - 20:05

Após aquela cena um pouco constrangedora, o oficial se aproxima dos dois soldados que estavam mexendo nos equipamentos. Pareciam ter por volta de 15 e 18 anos, os mais novos dali. Durante o ocorrido, eles não ficaram debochando e agora estavam apenas de cabeça baixa trabalhando na manutenção.

-E você? Qual seu nome e ranking ? E o que está fazendo com os equipamentos ?

- Soldados. Naim e ele é meu irmão Armed. Estamos tirando a areia e concertando uma fita de couro que arrebentou...

Disse o que parecia ser mais novo, ainda trabalhando, enquanto que o mais velho apenas estava de cabeça baixa trabalhando numa ombreira. Sutilmente você consegue ver que havia uma cicatriz no pescoço dele, provavelmente por isso que não respondeu.

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