[Campanha Aberta] Classe Mago - Segunda aula

Kalysta escreveu:
Quando seu golpe atingiu o aluno, Kalysta parou a dois passos do mesmo. Observou Tyr no chão, enquanto se recompunha. Que pensamento estaria passando por sua cabeça? Quais sentimentos ele estaria sentindo?

Lembrou-se do seu treinamento como maga de ilusões, com um professor nada agradável. Suas aulas eram puxadas, sim, mas jamais faria o que seu tutor havia feito. Jamais trairia a confiança de alguém que busca o crescimento. Jamais transformaria seus alunos em assassinos com a desculpa de lhes estar ensinando uma lição valiosa.

Ao ver Tyr se levantar, um sorriso lhe cripou o canto da boca.
- Isto não muda nunca, não é? Disse em voz baixa. 

Posicionando um pé para trás, a professora elevou a mão esquerda e conjurou mais uma flecha. O projétil esfumaçado flutuava sobre sua palma, apenas esperando uma direção.
- A última do dia...

Dizendo isso, girou o tronco, sem mexer as pernas, e lançou a flecha na direção de Tyr. Desta vez sabia que ele conseguiria usar a técnica de Desviar e já estava pronta para isso. Duas flechadas em uma semana.... logo logo estaria competindo com Borsch de quem leva mais porrada dos alunos. Este pensamento a fez sorrir de novo.

Rolagens escreveu:
#1 d20 - Teste de Acerto do ataque de Kalysta (
#2 d4 - Dano do ataque, em caso de acerto
#3 d4 - Desviar

Resultado das Rolagens escreveu:
#1 - Kalysta acerta o ataque
#2 - O dano é irrelevante
#3 - A flecha vai parar em algum lugar randômico do mapa.

Instruções para postagem escreveu:
Tyr, pode postar que a técnica Desviar foi bem sucedida e que a flecha acertou um lugar qualquer.

Kalysta escreveu:
A professora olhou a arquibancada ser novamente tomada por poeira, e sorriu. Agora não havia como o sapo não notar algo de diferente. Bem... Estavam em uma escola para aventureiros. Não havia como manter a integridade dos edifícios. Além disso, seria bom para Victor ter um pouco mais de dor de cabeças com a Academia. Ele era o diretor, afinal de contas, mas deixava todos os problemas com Aborgast, Borsch e Kalysta.
Perdida em seus próprios pensamentos, só notou que Tyr lhe dirigia a palavra quando este já se encontrava sentado.
Kalysta se aproximou a passos calmos, procurando algo dentro de seu manto enquanto falava.
- Os guerreiros que esperem, se Borsch reclamar transformo ele em uma lagarta do fukai.
Essas palavras saíram com tanta calma que quase não pareciam uma ameaça. Finalmente, seu braço voltou a aparecer por fora do manto, bem quando Kalysta chegou a poucos passos de Tyr, parando. Sua mão segurava um fino frasco de vidro com um líquido vermelho e grosso. Kalysta estendeu a poção a Tyr.
- Pode esperar ter muitas destas em estoque... - disse, chacoalhando de leve o pequeno frasco. - E eu sugiro achar um grupo de confiança para viajar. Apesar de serem cabeças duras, os guerreiros têm sua utilidade para nós na hora da batalha. Arqueiros ajudam muito para lutas com muitos adversários ou em lugares difíceis de alcançar. Um mago sozinho geralmente encontra dificuldades que poderiam ser evitadas.

Suas palavras eram sinceras, no tom de uma professora, mas também de alguém já vivido que passa seus conselhos e parte de sua experiência aos mais novos.

Kalysta escreveu:
A elfa observava o rapaz explicar sua escolha. Ele falava bem, tinha argumentos válidos, mas sua juventude o estava nublando a visão do real... ou talvez seria a maturidade da elfa que a estava endurecendo. Não saberia dizer ao certo. Virou sua cabeça para fitar o mesmo falcão, planando solitário por cima da arena, em direção ao jardim.

- Eu não sei se sua visão de nós, magos, é bela demais ou perigosa em demasia, rapaz. Disse em tom quase melancólico, ainda com os olhos fixos na ave - Com o tempo você vai conhecer magos que colocarão a prova o que você acredita. Só espero que, ao contrário de muitos, você permaneça com esse otimismo.
Ao ser questionada de Lórien, Kalysta voltou seus olhos alaranjados para Tyr, com um meio sorriso. Aquele sorriso, quase malicioso, de quem fez algo nada recomendável mas que não contaria nem em um milhão de anos.

- A vida em Lórien é um sonho. Tudo é belo, tudo funciona, tudo é eterno... dizia com uma voz monótona, gesticulando algumas vezes enquanto caminhava até onde Tyr estava sentado. - Justamente por isso, é muito chato. - aqui, sorriu com divertimento, sentando-se ao lado do rapaz em um pulo.
- Nada acontece, ninguém se mete em encrencas, não há desavenças. É o total contrário de Pejite, onde o caos governa, a injustiça é quase palpável e a corrupção se tornou ponto obrigatório para a sobrevivência.  [/color][/b]

Debruçando-se sobre suas próprias pernas, braços apoiados nas coxas, Kalysta agora fitava o chão da arena. Com um dedo começou a escrever no ar e pequenos desenhos foram se formando na areia.
Primeiro um mapa de uma cidade, várias casas e algo que assemelhava-se a uma fonte no meio.
 
- Eu aprendi muita coisa por lá, mas após 200 anos em um mesmo lugar você se entedia. Você aprende música, dança, magia, cura, alfaiataria, caça, pesca, agricultura...   - cada vez que falava um item, algo ia aparecendo em seu desenho. - Foi aí que Borsch e Victor apareceram na cidade. Agora dois desenhos de rostos: um redondo, barbudo e sorridente. O outro, fino com cavanhaque e os olhos tortos.
- Borsch estava semi-morto e Victor semi-descerebrado. - aqui Kalysta deu uma pequena risada, como se o que falasse tivesse a ver com uma piada. - Foram pegos por um Ohmu enfurecido no Fukai e, por sorte ou algum resquício de competência, vieram parar lá. Nem preciso dizer que foram a novidade por uma semana, enquanto se recuperavam. Eles estavam viajando juntos há meses e tinham muita coisa para contar.

Dizendo isto, endireitou-se e voltou a olhar Tyr, ainda com a mesma expressão nostálgica e divertida no rosto.
- Eu queria agitação e eles precisavam de alguém com mais cérebro do que músculos. Geralmente, este tipo de grupo tende a funcionar.

Voltou seu olhar para a arena.
-Então seu objetivo é o exército do Reino de Kosala? Pode ser uma coisa boa. Você não vai ficar por muito tempo aqui, isto eu garanto. Dizendo isto, Kalysta pareceu hesitar em falar algo, com uma expressão preocupada. Por um momento pareceu pensar duas vezes antes de dizer o que ia dizer, até que tornou a olhar Tyr com uma expressão séria, seus olhos cor de âmbar brilhando com intensidade. - O que quer que faça, rapaz, em Pejite... ou o que quer que lhe mandem fazer, naquela cidade... Não ataque o Fukai. - frisou cada uma das últimas quatro palavras, como que para marcá-las na memória de Tyr.

Kalysta escreveu:
Antes de se suavizar, a expressão de Kalysta se fechou. Com um suspiro, a elfa olhou novamente a arena. Como faria para explicar àquele aluno o que tinha visto, o que tinha enfrentado? Ele iria para o exército, estava decidido e tinha ideais fortes. Já havia encontrado pessoas parecidas, e suas palavras foram como folhas jogadas ao vento.

- Infelizmente, o Fukai não é nosso inimigo como todos querem pensar. Pejite, especialmente, por causa de sua política e corrupção, utiliza a ameaça do fukai e o medo do povo como impulso para disputas de poder. Estou pesquisando aquela floresta há 50 anos. Todas as vezes que Pejite lançou ataques ao fukai... OU aos insetos, houve muito mais perdas de vida do lado da cidade... e os insetos seguiram inabaláveis.

 A professora deu uma leve tossida, e isso a fez se levantar, quase de imediato. Ajeitando a voz rapidamente, prosseguiu.
- O raciocínio é simples: Se você não ataca o fukai, os insetos não saem dele. Compreende? Quanto à expansão dos fungos...
Aqui a elfa fez uma pausa, olhando Tyr nos olhos. Coincidentemente, um vento frio bateu na arena.
- Pejite está fadado a padecer. Quanto antes os humanos perceberem isso, menos irão sofrer. Suas palavras eram duras, sinceras, mas não demonstravam pena. Eram apenas.... frias.  - Se tiver que entrar lá, tenha certeza de ter uma máscara apropriada.... e companheiros de confiança por perto.
 
Com estas palavras finais, Kalysta começou a se afastar. A dois passos, ergueu seu braço acenando.
- Ah ... E evite o fogo lá dentro, também. Ohmus sentem o cheiro de longe. Você não quer topar com um.

Já distante, a elfa ainda pôde ser ouvida.
- Aula encerrada.