[Campanha Exclusiva: Bones] Após o fim, um novo começo - Parte II: Amaldiçoado

O golem, apesar de imobilizado, ainda mexia os braços, tentando se livrar do espadachim a todo custo. Este, conseguindo escalar o corpo de pedra do monstro, manteve-se em pé em seus ombros e começou a golpear a cabeça do monstro com a espada. Ali, haviam frestas onde a ponta da espada conseguia tirar lascas de pedra. 

Karl, não tendo sucesso em seus ataques, começou a se dirigir à ponte. 
- Ok... Posso ir, certo?

A elfa respondeu mau humorada:
- Anda logo! - o suor começava a brotar de sua testa. 

Vaz e Dylir gritavam do outro lado dizendo que haviam atravessado sem problemas. 

Karl logo se colocou a atravessar. Andava rápido, escorregando em alguns pontos. 

O golem conseguira apanhar o espadachim com sua mão e, num movimento brusco, esmagá-lo na parede. O corpo do rapaz e a pedra se tornaram um só. Parecia que o golem havia esmagado uma barata ou algo tão insignificante quanto. Ninna olhou aquilo com espanto e soltou um grito:
- Urth! Venha!

A elfa se pôs na ponte para atravessar.

Os dois se puseram na ponte. Ninna ía na frente, Bones logo ao seu lado. Após passado o efeito da mão negra, o golem andou até a borda do fosso e parou. Ninna e Bones estavam a um ou dois metros de distância. Suas costas na parede.

- Bom que as ordens dele vão até ali. Vamos. - disse a elfa, andando de lado pela ponte, seguida de Bones. 

Quando chegaram a uma distância em que podiam ver o outro lado, Ninna parou. Karl estava com a espada apontada para o pescoço de um Valmar rendido, segurado ao chão, de joelhos, por Dylir. Vaz estava com ambas as espadas em punho. Ptolomeu estava mais atrás, perturbado. 

A elfa fechou o semblante e parou na ponte. 

- Karl... 

- Ninna. Derrube esse aí antes que nos dê problemas. Você pode vir conosco, mas esse aí nós não confiamos. 

A elfa olhava o espadachim irritada, depois olhou Valmar brevemente, antes de voltar a olhar Karl.
- E posso perguntar porquê Valmar está rendido no chão?
- Só garantia de que você fará a escolha certa - disse Karl, sorrindo.
- Só posso imaginar o que me aguarda depois que não precisarem mais da minha magia.

O sorriso de Karl desapareceu.
- Prometemos não te matar até sairmos daqui. 
- Humano sujo! - disse irritada. 

Com um fechar de braços, a ponte sob os pés da elfa e de Bones se estilhaçava. Caindo rente à parede, Bones só pode sentir quando algo escorregadio encontrou suas costas e ele escorregou como uma criança em um escorregador. Os dois escorregaram até o chão, acabando entre as estacas no fundo do fosso, perturbando alguns ossos e restos de corpos. Após análise, Ninna havia criado uma rampa de gelo, a fim de amortecer a queda e evitar as estacas. 

Ninna levantou a cara do chão. 

Lá de cima, Valmar soltou um grito e algo caiu. Logo, o corpo do guerreiro encontrava as estacas não muito longe dos dois, no fundo. Após o impacto, o corpo inerte afundou mais alguns centímetros.
A voz do traidor ainda ressoou lá de cima. 
- Boa sorte aí embaixo, Urth. Ninna, se estiver viva quando voltarmos, voltamos a conversar. 

O som dos passos se afastando denunciava que eles haviam ido embora. 
A elfa olhou o corpo de Valmar, com profunda decepção no olhar. Limpando o suor e poeira no rosto, sentou-se no chão, apoiando as costas na parede. Virou-se para Urth: 
- Sabia que você era más notícias, mas não esperava que eles fossem pior. - disse num tom desanimado.

Após mirar a manopla que lhe era oferecida por um breve instante, a elfa apoiara-se na mão de Bones e se levantava. Quando este a questionou sobre o que podia fazer, pensou por um momento. 
- Acho que posso fazer apoios na parede com minhas farpas de gelo... mas, mesmo assim, seremos dois contra...

Bones escreveu:Espero que não se assuste, mas vou precisar de reforço... ERGA-SE

Antes que a elfa pudesse falar algo sobre números, o corpo mais inteiro ali, um esqueleto, era envolto por uma sombra azulada. Logo, uma forma humanóide parecendo vestir uma armadura e usando uma espada se erguia e se ajoelhava perante Bones. A expressão de Ninna foi de puro espanto. Magia negra. Necromancia. O que quer que fosse, trazia a morte para o mundo dos vivos. Olhava a sombra, entendendo o que ela era, até que seus olhos se voltaram para Bones.
- Isso explica o cheiro... - disse baixo.

Respirando fundo, a elfa conjurou uma lança de gelo e a atirou com violência. Esta se fincou fortemente na parede. 
- Tipo isso? - Tirando outro frasco da bolsa, tomou seu conteúdo azul em uma golada. Parece que aquilo havia revigorado sua mana, pois a elfa atirou lanças uma a uma, criando um caminho na vertical.

Um grito fora escutado por eles, vindo da direção que a matilha havia seguido.
- O que, agora? Espero que estejam se matando.

Após várias farpas de gelo, ambos conseguem sair do fosso, com a ajuda da sombra. 

Não precisaram andar muito para chegarem onde a matilha estava, onde uma sombra de um mantis atacava e era atacada. Vaz ajudava Ptolomeu, enquanto Karl e Dylir tentavam conter o mantis sombra.

Ptolomeu jazia no chão, suas costas vertendo sangue sem parar. 

- Imagino que aquele inseto seja uma lembrancinha do fukai? - perguntou a elfa, já empunhando seu cajado com as duas mãos. Teria que guardar sua mana e tentar a sorte na luta corpo a corpo. - Eu cuido do Vaz...

Apesar do ataque de ambas as sombras terem falhado, o ataque de Bones em Karl tinha doído.

- Quando te matar vou arrancar essa sua armadura e mandar derreter pra fazer um vaso! - gritou Karl, se colocando em posição de combate desta vez visando Bones.

As sombras auxiliavam a ossada contra Karl e Dylir, enquanto Ninna e Vaz erravam ataques um no outro, e Ptolomeu estava em estado de choque no chão.

O combate entre Bones e Karl estava empatado. Enquanto que o guerreiro desviava das investidas de Bones, o mesmo acontecia para a ossada. Os dois lados estavam analisando seu oponente, buscando um ponto fraco para acertar de vez um golpe decisivo. 

Já o Mantis e Dylir também não saiam do lugar. 

Vaz se desviou do cajado da elfa e ergueu as duas espadas, com um sorriso travesso no rosto.
- Sinto muito, beleza, mas ordens são or... -E caiu de cara no chão, por conta de Ptolomeu que, em prantos, segurava suas pernas pedindo ajuda, enlouquecido pela dor.

Karl levava dano atrás de dano, sua respiração já começava a lhe pregar peças, mesmo assim conseguiu desferir um golpe em Bones que fez sua armadura amassar. 
- Ainda não estou morto, sua lata velha... 

Dylir não tinha sorte com os ataques.

Ninna também não se dava bem com o rogue, errando mais um ataque e levando uma bela espadada de Vaz no ombro.

Bones aproveitava para se curar.
Karl tentara acertar o mantis, mas sem sucesso. 
- Por que você não morre, seu inseto do inferno!!!

Dylir conseguira acertar um soco com suas manoplas na sombra do guerreiro. 


Ninna havia mandado a preocupação com mana para as favas, mas estava perto demais do rogue, que desviou sem problemas, rasgando-lhe o abdomen com a espada. 
- D-desgraçado... - falou entre dentes a elfa

Todos pararam por algum momento com a risada de Bones, mas Karl e Dylir logo voltaram a brigar.
- Não me faça rir! - disse Karl, desferindo um arranhão no mantis - Acha que vamos cair nessa?

Dylir lascava um soco no guerreiro sombra, e parecia não ter ligado para a revelação de Bones.

Vaz parou no lugar e ficou encarando Bones. Ninna também. Tudo fazia sentido para a elfa agora. O cheiro, as sombras, aquela energia que ele emanava. Os outros idiotas não perceberam mas estavam lidando REALMENTE com um morto-vivo.

Bones desferira um último golpe em Karl, cortando seu peito e este desfalecera no chão, ainda resmungando algo ininteligível. 

O guerreiro sombra também desferia um golpe de espada em Dylir, que retribuia o favor em socos. 

Vaz arranhara Ninna mais uma vez com sua espada, mas desta vez a elfa revidou com magia. Uma enorme bola de gelo que bateu em Vaz de jeito.

O golpe de Bones passara reto, atingindo o chão. Já seu guerreiro sombrio conseguira tirar um filé do lutador, que errava seus socos na sombra. 

Apesar do mantis ter saído em ajuda a elfa, Vaz desviou de seus ataques, levando uma farpa de gelo nas costas e errando o ataque que visava a sombra do inseto.

Exceto pelo seu tombo no chão, até que as coisas estavam saindo bem. Agora era apenas questão de tempo visto que estavam em maior número do que eles.

Com um certo constrangimento, se levantou tentando golpea-lo de baixo pra cima aproveitando o impulso,como se alguém um dia fosse acreditar que havia planejado aquilo...

Os golpes de Bones e suas sombras haviam encerrado a questão para a matilha. Vaz e Dylir jaziam no chão, cortados. 

Restava Ptolomeu, em estado de coma, mas ele nem contava. 

Ninna simplesmente se deixou encostar na parede, tornando seu olhar para Bones e suas sombras. Parecia que ia dizer algo, mas decidiu que era melhor só retomar seu fôlego e não perguntar nada.

Finalmente, o trabalho conjunto deles finalmente terminou com todos da forma como esperava ter feito desde o primeiro golpe, mas pelo menos deu um pouco mais de graça terem tentado resistir. As sombras haviam trabalhado em conjunto muito bem, contudo o Guerreiro estava muito danificado, provavelmente seria melhor liberta-lo e erguer um deles ali, mas estava em duvida entre levar um deles ou continuar com seu mantis, afinal era mais discreto e igualmente letal...

Enquanto pensava a respeito sobre qual sombra guardar, sentou-se ao lado da elfa, para tentar recuperar um pouco suas energias e se curar completamente.

- O grandão até que pode ser útil, mas achei ele meio desajeitado, já a baratinha ali parece ser mais ágil mas não sei se é tão boa quanto...

Conversava ele naturalmente, afinal agora ela sabia sobre ele e só estavam os dois por ali, então não haveriam problemas em conversar abertamente.