[Campanha Exclusiva: Tyr] Ambição Mortal - Parte II: As flores têm cheiro de morte

GM escreveu:
Os dois não precisaram se preocupar em acordar no horário, pois o toque de despertar era tocado pontualmente no quartel de Pejite.

Tyr e Dingarvot dormiram como pedras no beliche, com os pés lhes matando de tanto subir e descer as escadas da burocracia no dia anterior. Tyr desceu de sua cama e, por um instante se preocupou ao não ver seu colega na cama de baixo, apenas para descobrir duas longas pernas verdes saindo de debaixo da cama.

Após um rápido banho gelado, descobriram que não teriam tempo para o café da manhã. A fila estava quilométrica. Foram resgatados pela visão serpenteante de Zas, que pulava uma janela da cozinha com os braços cheios de pães.
Correndo e fazendo sinal para que o seguissem, cortou os pátios e corredores do quartel em direção aos estábulos. No caminho jogou dois pães para os rapazes, que comeram enquanto corriam.

Zas , aos trancos e barrancos, instruiu os meninos a levarem apenas o essencial: tudo. Máscaras, armas, roupas para o deserto e as armaduras. Após se vestirem como beduínos, os dois saíram em disparada para os estábulos.

Os estábulos ficavam ao lado dos portões. Logo à frente, selados e devidamente amarrados, estavam dois enormes lagartos. Sua cor era marrom e seu tamanho era maior que um cavalo, sem contar a cauda. Suas pernas atarracadas e grossas, terminavam em garras negras que arranhavam o chão, impacientes. Os olhos amarelos piscavam horizontalmente, às vezes sendo lubrificados pelas línguas bifurcadas. As selas eram largas, para acomodarem mais de um condutor. Ambos carregavam pesadas bolsas, que continham os suprimentos para a exploração. Zas foi direto ao encontro dos lagartos, certificar-se de que tudo estaria pronto para a partida.  

Os portões se abriram e Je-Ha e Yin-Lin entraram. O sargento deu ordens para que os portões ficassem abertos pois sairiam em seguida. O youkai tigre vestia um uniforme limpo, com uma leve armadura de couro. Suas mãos estavam enfaixadas e usava pesadas botas. Enrolado em seu pescoço, um pano grosso para cobrir o rosto. Já Yin-Lin parecia uma escultura feita em tecido. Cobria-se dos pés à cabeça em um manto negro e pesado, apenas com seu bastão preso às costas. Zas estava tal qual o dia anterior: capacete aboloado, o uniforme normal e seu arco a tira colo.

Je-Ha escreveu: 
- Bem bem bom dia! Pontuais! Já subiram em meu conceito. - disse o tigre, animado e dirigindo-se às montarias para ajudar Zas. Yin-Lin estava muda, apenas se dirigiu a um dos lagartos e subiu em sua sela com um pulo, sem fazer muito esforço.
- Não liguem pra ela... esse mau humor é por causa do calor. Vai melhorar quando estivermos no deserto, à noite. Aí nós é que vamos sofrer. Tyrael, você vai comigo. As montarias ainda não lhe conhecem, então vamos prevenir acidentes. Vlad, você vai com Zas e Yin-Lin. Acho que vocês dois vão conseguir refrescar um pouco ânimo ali.

Ouvindo um rosnado vindo do monte de panos que era a raposa, Je-Ha soltou uma risada a vontade e subiu na sela de seu lagarto. Tyr subiu atrás.

Zas ía na frente do outro, com Yin-Lin logo atrás e Dingarvot em seguida.

- Muito bem! Daqui é direto até o posto avançado! Qualquer problema assovie, Zas.
Dizendo isso, todos cobriram suas cabeças e os condutores comandaram as montarias para fora do quartel.

GM escreveu:Montar um lagarto não era, nem de longe, tão suave quando um cavalo. Era como estar em uma cama de água, mas esta tinha vontade própria. Tyr podia sentir cada lombada e cada curva. Parecia estar montado em uma cobra gigante.
Não só isso... A montaria não era nada elegante. Conforme corria - e corria rápido, por sinal, muito mais do que um cavalo - produzia sons nada simpáticos. A respiração era arranhada e alta, a língua chicoteava para fora da bocarra aberta. Por onde passava, as pessoas dirigiam olhares nada contentes.

Je-Ha e Tyr iam à frente, Zas e o resto logo atrás. A cidade passava como um borrão, não demorou muito estavam passando pelas fazendas e currais do círculo externo. Ali, o pessoal acenava mais alegre, dando risada ao ver o pelotão passar.

Os muro externos começaram a se abrir assim que os soldados foram avistados, portanto ninguém precisou parar. O sargento fez sinal para Tyr e ambos cobriram suas cabeças. Zas instruiu Ding a fazer o mesmo, mas o lagarto em si nada fez para se cobrir. Yin-Lin apenas se encurvou, como se quisesse se cobrir mais ainda do sol e do calor que estava por vir.
Assim que o grupo passou pelos pesados portões, estes se fecharam e o deserto era tudo o que se via logo à frente. O sol já clareava o dia, com seus raios de luz e calor ainda fracos.

Ainda.

GM escreveu:
O pelotão seguia pelo deserto e o horizonte era somente o fio de terra e dunas.
O grupo passou por onde Tyr e Ding haviam chego com as naves de Valkarya. Estava vazio, sem viva alma, apenas com as plataformas que serviam de deck para as naves rúnicas.

Passaram a manhã inteira correndo na areia. Após uma hora o sol já castigava seus corpos, mas os lagartos que montavam pareciam não se importar em nada. Pararam uma vez para beberem água e refrescarem as montarias brevemente, antes de continuarem. Quando o sol estava em seu ápice, a linha do horizonte já mostrava as enormes copas dos cogumelos que formavam o Fukai.

Uma carroça vinha, sendo puxada por um animal que mais parecia um enorme pássaro preto. Condutor e montaria usavam máscaras de couro, parecendo grandes abelhas, e saudaram rapidamente o grupo quando passaram por ele.

Uma pequena elevação rochosa se mostrou logo à frente. Je-ha fez sinal e as duas montarias se puseram a correr para lá.

Posto Avançado escreveu:Uma lâmina de rocha sólida se mostrava acima da areia. Quando o grupo chegou e deu a volta, Ty pôde notar que se tratava de uma formação rochosa natural, mas que havia sido adaptada para servir de posto avançado.

A rocha era o telhado e madeiras tinham sido habilmente cortadas como paredes, com uma porta bem ao centro.
Do lado de fora, haviam algumas caixas, mal e mal cobertas por um pano puído. Um pau de madeira estava preso com cordas e suportas, e em sua ponta haviam birutas, engrenagens e anemômetros para medir o vento.

Encostado na rocha, uma construção apenas com cobertura e aparatos de madeira servia para guardar as montarias. Je-Ha e Zas desmontaram e foram prender as montarias. O pelotão entrou no posto avançado com alívio. Um refúgio do sol e da areia. Assim que entraram, descobriram o rosto.

A iluminação era feita por pequenos globos no teto rochoso. Uma caverna se estendia para frente e para baixo. Chegando a um bolsão, haviam caixas e mais caixas, cobertores, algumas armas a um canto e uma cama encostada na parede.

Uma enorme mesa estava ao centro, com um quadro de cortiça atrás. Ali, afixado, um outro mapa do Fukai, muito mais detalhado, mas igualmente confuso. Haviam alfinetes, linhas, desenhos, anotações, manchas de tinta, círculos, símbolos de caveira...
A mesa estava apinhada de livros, frascos, pergaminhos, pedaços de pão e canecas sujas.

Je-Ha escreveu: 
Je-Ha deu ordens a Zas para cuidar das montarias e fez sinal para que os novatos lhe seguissem até que chegassem ao bolsão.
- É bom vocês conhecerem o velho Ziggs. Ele fica neste posto avançado e é nossa principal fonte de comunicação quando se trata do fukai. Ziggs consegue saber quando teremos tempestades de areia, tempestades de esporos e tempestades... comuns. hehe

Ao chegarem próximo à mesa, sem ver viva alma, Je-ha chamou.
- Ziggs???

O som de algo batendo embaixo da mesa, seguido do cair de alguns livros e pergaminhos denunciou que Ziggs estaria embaixo da mesa.

Ziggs escreveu:
Ora... @#$%$#! porque não tocam a @#$%#@ da campainha... meus óculos... onde estão... @#$%$#@

Um Gnomo de cabelos grisalhos e extremamente ouriçados saiu de detrás da mesa, irritado.
*&¨%¨Je-Ha! Toque a @#$%@@@@ da campainha! Quantas vezes já avisei??

Je-Ha escreveu: 

- Ah nos vemos tão pouco, Ziggs. Sabe que gosto de fazer uma surpresa.

Mostrando os novatos com a mão, apresentou-os.
- Estes são Tyr e Vlad. Vieram lá do Vale e vão conosco ao fukai hoje. Vamos continuar o reconhecimento daquele bolsão que achamos da última vez. Alguma recomendação?

Dizendo isso, Je-Ha se aproximou do quadro e observou a bagunça que eram as anotações de Ziggs naquele mapa. Logo Ding se colocou a seu lado, tirando seu fiel caderno e parecendo confuso se anotava algo... ou se conseguiria anotar algo.

Ziggs escreveu:
O Gnomo olhou Tyr e Ding de cima a baixo. Era menor que um anão, com um corpo arqueado e magro. Por trás de grossos óculos, com pequenas lentes extras anexadas, seus olhos eram completamente negros, sem parte branca. Seus cabelos eram lisos, mas alvoroçados e grisalhos, contornando seu rosto fino. Não havia pêlos em sua face. Usava roupas verdes grossas.

Ao ver os novatos fez um aceno rabugento com a cabeça e balbuciou alguma coisa, mas logo se voltou a Je-Ha.
Ontem tivemos mais uma tempestade de esporos. Está na época, então sugiro que coloquem as máscaras há um kilômetro de distância para evitar qualquer coisa.
Também tivemos uma tempestade de areia há dois dias, eu presumo que teremos mais uma amanhã, forte, neste horário. Seria bom que vocês já estivessem de volta. Se a este horário ainda estiverem no fukai, montem acampamento lá mesmo e não venham. Esperem até o final do dia. Amanhã vai ser uma daquelas, estou avisando!
Suas palavras eram duras e sábias, e Je-Ha ouvia com atenção todas elas.

Aquele louco ainda está mandando vocês explorarem o fukai? Para que?

Yin-Lin escreveu: 
Yin-Lin já havia se refrescado estava completamente sem o manto. Usava um robe fino e botas resistentes, mas parecia muito mais a vontade sem aquele cobertor que usava de manto.
- Quem sabe o que ele quer? Acho que nem o rei sabe.

Yin-Lin também se aproximou do mapa e cruzou os braços.
- Por todos os deuses, que mapa bagunçado - comentou em voz baixa, mas logo iniciou uma discussão com o gnomo.

Je-Ha escreveu: Je-Ha ouviu a Tyr enquanto este falava, em silêncio. Ding e Zas fizeram um aceno rápido após a explicação de Tyr, mas Lyn ... ficou vermelha, fula da vida e já ia dizer alguma coisa quando Je-Ha lhe colocou a enorme mão no ombro, respondendo a Tyr com a voz calma.

- Nenhuma consideração, Tyr. Acho um plano ótimo. Lyn, você vai cuidar do tempo. Vamos lá, pessoal. Ziggs, até mais. Se não ouvir de nós depois da tempestade, chame reforço.

Je-Ha escreveu: 
- A partir daqui é a pé. As montarias perdem o controle fácil lá embaixo. - Je-Ha disse isso amarrando as montarias em estacas deixadas lá propositalmente para este fim. - Zas? Tudo tranquilo aí?

 
O lagarto voltava, serpenteando pelo caule do cogumelo e fazia um sinal de positivo com os dedos.
- ahan.... nem ssssinal de nenhuma colméia. Tudo tal qual deixamossss.

Com um aceno de aprovação, Je-Ha mostrou o enorme buraco. Ali era o bolsão. Uma caverna enorme feita por um único animal, igualmente gigante: Um Ohmu. Estava vazia, claro, mas ainda assim era impressionante.

O pelotão seguiu tal qual haviam combinado: Tyr e Zas na frente, uma irritada Lyn e Je-Ha ao meio e Ding na retaguarda. Todos iam com suas armas em punho.

Após entrarem na caverna, a luz natural se esvaiu e deu lugar a uma luz esverdeada, grudada nas paredes na última visita. Zas explicou que eles haviam colocado ali da última vez, e os fungos haviam se alastrado naturalmente. Brilhavam no escuro e acompanhavam o túnel caminho a dentro, com uma luz fraca porém constante. Fogo, obviamente, era proibido, então o uso de tochas estava fora de questão. 

Passado algum tempo caminhando, já sem qualquer resquício de onde tinham vindo, foi Ding que quebrou o silêncio. 
 
- Acho... que tem algo nos seguindo.

Ao pronunciar estas palavras a comitiva inteira parou no lugar e olharam para onde Ding tinha sua atenção focada. Olhava para trás, de onde já tinham vindo. Ninguém ouviu nada, ou viu nada.

 
- Àsss vezesss nosso cérebro nos prega peçssas, amigo, especialmente num lugar asssssim. Se fosssse algo que quisessse nossa pele, já teria aparecsssido, não? - Perguntou Zas.

 
- Pode ser... Foi a resposta vaga de Ding, ainda olhando para o mesmo lugar sem piscar. Quando nada aconteceu, o grupo prosseguiu o caminho. 

Não passou muito, o Okopipi parou e se virou de novo, desta vez antes de poder dizer qualquer coisa, algo batera em sua espada, ressoando o metal. 
- Algo na retaguarda, mestre Tyr. Não sei o que é mas é rápido.  


O grupo inteiro ficou com as armas atentas. Lyn puxou seu bastão, que começava a congelar onde suas mãos o seguravam, Je-ha estava com os punhos para cima, perto da maga. Tyr com sua espada e Zas com seu arco apontado para a retaguarda. 

Nada se via por trás.

Zas escreveu: 
Foi Zas quem primeiro avistou e apontou o arco:
- De cima!

Lacraia:

Je-Ha escreveu: 
O youkai enrolou o braço no filamento mais uma vez e o agarrou com a outra mão, flexionando os joelhos e usando o peso de seu corpo para se manter no chão.
- Oh, não... você ... não vai.

Yin-Lin escreveu: 

- Por quê isto está aqui?

Zas escreveu: 
Zas puxou mais uma flecha e estava prestes a atirar quando escorregou na gosma do chão e caiu de costas. A flecha foi parar longe da lacraia.

Yin-Lin escreveu: 
A youkai ouviu as instruções de Tyr e prendeu o bastão nas costas.
- Fácil falar! Já contou quantas patas tem esse bixo? - falou mau humorada, enquanto gesticulava com ambas as mãos, num movimento de baixo para cima. Gelo começou a se cristalizar no chão embaixo da lacraia. Quando Lyn juntou os dedos, dois pares de patas foram imobilizados em cristais brancos, mas a lacraia pareceu não se importar.
- Zas! Dá pra acertar a minhoca na próxima?

Dingarvot escreveu: 
Ding ainda estava agarrado na lacraia quando ela caiu, soltando-se do animal e aterrisando no chão sem problemas. Logo se posicionou tal qual Tyr havia falado e desferiu um golpe de espada no inseto. A pele se abriu sem resistência, mas nada de sangue saiu. 
- Não gosto da aparência dessa coisa.

GM escreveu:Tyr tentara cortar a língua do animal, mas sem sucesso. Tanto o inseto como Je-Ha se mexiam o tempo todo, o que dificultava seu ataque.
A lacraia começava a puxar Je-Ha para perto. 

Yin-Lin escreveu: 
Lin continuava segurando as patas da lacraia com gelo. Cada vez que a bichinha quebrava alguns cristais, as mãos de Lin conjuravam mais.
- Vou te mostrar o quão frias, humano tagarela... -  resmungou.

Zas escreveu: 
A flecha de Zas, desta vez, se cravara entre as placas do pescoço do inseto. Novamente, nada de sangue ou qualquer outro líquido.
- Curiosssso....

GM escreveu:Ding cortara o filamento, próximo a Je-Ha. 
Já o ataque de Tyr havia custado à lacraia sua cabeça.

A lacraia caía no chão, parecendo um saco cheio de um material mole. Assim que caiu, sua pele se abriu em várias partes e seus órgãos começaram a escorrer pelo chão. As máscaras evitavam o cheiro, mas a impressão que tiveram era uma só.

Je-Ha escreveu: 
O youkai desenrola a língua do inseto de seu braço, massageando o lugar. Haviam marcas em seu pêlo da pressão do aperto, mas não havia ferimento.
- Não gosto da aparência dessa coisa... disse, se aproximando do inseto imóvel no chão.
- Os poucos relatos de ataques de lacraia tinham me dado uma outra impressão.

Dingarvot escreveu: 
Enquanto eles conversavam, Ding apanhava seu caderno. Folheando, começou a ler fragmentos do que, Tyr sabia, eram seus estudos com Kalysta.
- Lacraia do Fukai: Sua carapaça é rígida, mas a parte de baixo do corpo e pernas são frágeis. Possui um filamento retrátil com ferrão na ponta, que sai de sua boca e puxa as presas para suas quelíceras envenenadas. Ataca para proteger território. Suas antenas, olhos e carapaça podem ser usadas como material de qualidade.
O Okopipi olha para a massa amorfa no chão, a qual estava atacando há alguns segundos. 
- Não acho que isso valha alguma coisa, certo?

Tyr escreveu:Você está bem, meu amigo?”

Je-Ha escreveu: 
Je-Ha fez um aceno de agradecimento à preocupação de Tyr. 
- Meu couro é grosso, Tyr. Não vou ser cortado tão fácil. Sou o escudo do time, afinal.
Disse, bem humorado.

Tyr escreveu:“Vlad, não a nada aí que possamos aproveitar... Lyn, qual a sua opinião sobre este inseto?”

Yin-Lin escreveu: 
A youkai olhou Tyr por um momento, depois voltou a olhar a lacraia no chão.
- Não sou tão especialista em insetos quanto vocês... mas não gosto desse aí. Me dá calafrios. Não tenho calafrios com facilidade. Vamos indo? Nosso tempo é restrito.

Tyr escreveu:Atenção para as novas orientações: iremos prosseguir no caminho, seguindo a mesma ordem de movimento, entretanto, peço que fiquem atentos às emboscadas. Nosso objetivo é identificar o que aconteceu com este inseto, o mapeamento do terreno ficará em segundo plano... Haja vista o ar de incerteza quanto à origem dessa praga, confiram sempre a vedação das suas máscaras. Fiquem tranquilos, nós traremos todos de volta para Pejite, sãos e salvos..

Zas escreveu: 
Zas andou mais apressado.
- É aqui. Foi aqui que paramosss da outra vezz. O bolsão é logo em frente.

Dingarvot escreveu: 
O okopipi olhava para cima admirado. Seus olhos estavam maiores do que o normal.
- Aqui... é enorme. As histórias do meu avô não exageraram.
Ding era neto de Aborgast, o superintendente da academia, por assim dizer.

Yin-Lin escreveu: 
Foi Lin quem falou, apontando para o lado direito de onde estavam.
- Da última vez conseguimos explorar aquela direção. Acabamos em um beco sem saída. Podemos ir em frente ou seguir para a esquerda.

GM escreveu:O grupo seguiu pelo caminho da esquerda, sem mudanças no ambiente em volta. 

Andaram por uns bons minutos até avistarem algo que diferenciava do entorno. Ao longo da parede haviam restos de colunas de pedra. Eram cinco, no total, apenas uma estava inteira. 
Aos pés das pilastras haviam mais três corpos de lacraias, quase totalmente decompostos.

Yin-Lin escreveu: 
Lin pára e olha para a base dos pilares, nos corpos das lacraias. Estavam cobertas de um cogumelo pequeno, de cor violeta forte.

- Ophyocordis.
Disse, retirando duas luvas de sua bolsa. Em um pequeno frasco, recolheu dois esporos de cor igualmente violeta, com a ajuda de um palito, e fechou com uma rolha, voltando ao grupo. Vendo que Ding estava curioso, entregou o frasco na mão do okopipi, que olhou com curiosidade. Lin retirou as luvas e as guardou. 

- É a única coisa que vou levar daqui para aquele louco, demente.... - disse com naturalidade.

Yin-Lin escreveu: 
Após guardar os itens com cuidado, Lin se aproximou de Tyr, olhando o frasco em sua mão.
- Pelo que entendi, não é algo que se achasse com facilidade na superfície. Talvez por isso você não conheça tão bem. É mais comum no subterrâneo, onde tem mais umidade e mais corpos de insetos. Este cogumelo precisa de cadáveres para viver. Foi descoberto durante as primeiras expedições que o conselheiro promoveu. O sargento Caius...

Aqui Je-Ha lhe direcionou um olhar pesado, a que Lin percebeu, mas logo voltou a falar. 
- ... era sargento do pelotão Sigma. Apesar de humano, era muito querido entre os não humanos. Era um pelotão parecido com o nosso. Ele foi destacado para continuar a exploração e trazer mais destes cogumelos estranhos. Após dar seu relatório, desertou do exército e nunca mais foi visto.

Je-Ha escreveu: 
O atual sargento comentou, com uma voz rosnada.
- SUPOSTAMENTE desertou, Lin. E eu sei que ele veio para cá antes de SUMIR...

Yin-Lin escreveu: 
Lin suspirou e olhou Tyr.
- Je-Ha era do pelotão dele. Depois que ele ... sumiu, Je-Ha foi apontado como sargento deste novo pelotão e fomos todos colocados juntos, como uma família feliz.

Aqui os olhos azuis da youkai fitaram a máscara de Tyr. Bateu com a unha do indicador na máscara de Tyr. 
- O que me lembra, isso aqui... É alguma brincadeira entre os humanos, fazerem máscara que se parece com outra raça?

Yin-Lin escreveu: 
Lin parece não ter gostado da explicação de Tyr. Nem um pouco. Seus olhos azuis eram gelados, mais gelados que sua magia. Apesar da serenidade do rapaz, todo aquele papo de vir de um lugar onde todos eram tratados com dignidade e a figura de um lobo como lembrança do passado só a irritaram mais. A serenidade do rapaz também lhe irritava. Saiu do caminho quando ele passou, mas nada disse. Repirou fundo e apenas seguiu o grupo, mantendo-se onde devia.

Je-Ha escreveu: 
Je-Ha olhou para Lin e pareceu pensar se falaria com ela alguma coisa, mas percebendo seus olhos, achou melhor deixá-la em paz. Ao invés disso, resolveu falar com Tyr.
- Tyr, agradeço a intenção... mas duvido que o encontremos com vida. Passaram-se semanas. Se estiver vivo, não está mais no fukai. Não há o que comer por aqui...

Dingarvot escreveu: 
- Baratas.

GM escreveu:A essa informação saída de Ding, todos pararam e voltaram para o okopipi com visível nojo e surpresa.

Zas escreveu: 
A máscara de Zas denotara que sua boca estava aberta.
- Como é que vocccê sssaberia dissso????

Dingarvot escreveu: 
O okopipi levantou uma mão explicando.
- Nossa.... ahn... antiga professora, lá no vale. As baratas são fáceis de matar, não possuem veneno e, ao contrário das baratas comuns de cidades, se alimentam apenas de outros insetos aqui, portanto são possíveis de serem comidas. Têm alto valor nutritivo.

Zas escreveu: 
- Voccês do vale sssão esquissssitossss.... Foi a única menção de Zas.

TEMPO ATÉ A TEMPESTADE:

GM escreveu:Je-Ha tomara a dianteira, mas Zas subira em seu ombro, dizendo ao youkai quando era seguro descer. Lin ia ao meio, Tyr e Ding na retaguarda. Conforme iam descendo as escadas, a luz natural de fora ia acabando. Zas e Je-Ha pareciam enxergar sem problemas. 

Zas escreveu: 
O lagarto deu batidas nas clavículas de Je-Ha.
- Hey. HEY! Páre!

O youkai prontamente obedeceu. Zas apontou para algo na parede. Uma única runa, pequena, encravada no metal, discreta. Qualquer um que passasse por ali, não perceberia com facilidade.
Antes que Je-Ha pudesse perguntar, o lagarto levou um dedo indicador até próximo da runa, que brilhou antes do dedo do youkai sequer encostar.

GM escreveu:Luzes esverdeadas se acenderam aqui e ali, seguindo a escadaria e provocando tremores nos soldados. O corredor abaixo se tornara iluminado, mas o susto ainda mantinha os corações nos pescoços.

Yin-Lin escreveu: 
Lin falou com os dentes cerrados, ainda tentando controlar seu nervosismo pelo susto
- ZASSSSSS.... Não se encosta em runas que não se conhece! Podia ser uma armadilha e estaríamos fritos!

Zas escreveu: 
O lagarto se virou para encarar Lin, tão nervoso quanto.
- Eu nem sssequer toquei nela. Ela teria notado nosssssa presençççça de qualquer forma. Bem ou mal temossss luzzzz, certo?

GM escreveu:Ao fim da escada, havia um largo corredor de metal, de forma que o pelotão Z podia ficar um ao lado do outro. Dos dois lados, dois pares de portas pesadas de metal com enormes e pesadas travas se intercalavam. Não era possível ver o interior dos cômodos com as portas fechadas. O final do corredor, podiam ver, fazia uma curva para a esquerda. 
As máscaras impediam o cheiro, mas Tyr podia sentir a enorme energia de morte, desespero e angústia que pairava no lugar.

Zas escreveu: 
- Não vejo armadilhassss.... cada um vai em uma porta? Vamossss todossss em uma ssssó???
Perguntou o lagarto, descendo do ombro de Je-ha e apanhando seu arco.

Situação:

GM escreveu:A cada sala, Zas buscava por armadilhas de qualquer tipo, mas todas estavam livres de qualquer mecanismo. Contudo, aquelas travas não deixariam ninguém sair sem permissão, isso era certo. Depois, os soldados exploravam o cômodo. Nenhum deles queria se manter em nenhum cômodo por tempo demais. Mesmo que não sentissem tal qual Tyr, aquele lugar exalava miséria e dor, não importa quem fosse.

No último cômodo, enquanto Tyr, Ding e Zas entraram, Lin e Je-Ha ficaram de fora. Lin visivelmente desconfortável com o cômodo. Je-Ha, assim que viu o interior e a reação da garota, apenas deu dois tapas no ombro da youkai e entrou também. A garota não entrou.
Quando os soldados saíram, Tyr lhes dirigiu a palavra e todos pareceram entender que aquilo não era um ambiente para brincadeiras.

A curva no corredor seria a certeza.

O corredor a seguir era idêntico ao anterior, com o mesmo número de portas e com apenas uma grande diferença.

O corredor inteiro estava preto, como se tivesse sido queimado. Havia apenas um espaço onde o metal ainda podia ser visto, e era o fim do corredor, um círculo perfeito onde caberia uma pessoa, no máximo. Dentro do círculo, uma mancha vermelha seca.

Tyr reconhece novamente a energia familiar naquele corredor. Nele inteiro. Especialmente na mancha de sangue. Era de alguém que ele conhecia.

Je-Ha abriu as portas com o mesmo cuidado que abriram as anteriores.

Duas salas eram iguais ao cômodo com argolas no chão, para manter prisioneiros.

Uma sala tinha uma mesa de metal, com aparatos cirurgicos, um ventilador e vários vidros enormes, todos quebrados com o líquido vertendo no chão, juntamente com uma gosma que era melhor não ser averiguada. Ali era uma sala de cirurgia.

Yin-Lin escreveu: 
Lin suspirou com a última sala.
- Vou me sentir aliviada quando sairmos daqui.

Je-Ha escreveu: 
Quando Je-Ha abriu a última porta, a última à esquerda, um barulho em seu interior fez com que o youkai tentasse fechar a porta logo em seguida, mas era tarde demais. O youkai fora jogado na parede oposta ao corredor. Um homem enorme, o dobro do tamanho de Je-Ha, o segurava pelos colarinhos, erguendo-o do chão de encontro à parede.

Era um humano... ou tinha sido. Sua pele era arroxeada e seca. Sua armadura estava roída em diversos pontos e faltava parte de seu tórax, onde suas costelas estavam expostas. Seus olhos acinzentados e vazios. Seus cabelos eram ralos, em alguns pontos seu crânio estava exposto em vários lugares.
Com dificuldade, Je-Ha conseguiu pronunciar o nome que engasgou sua garganta.
- C-caius?!

Não esperou a resposta, flexionou os joelhos e apoiou os pés no peito do indivíduo, empurrando o brutamontes até o outro lado do corredor.

TEMPO:

GM escreveu:O corte de Tyr não causou dor, mas rasgou a pele do soldado. Nada de sangue saiu de sua ferida. Imediatamente Caius atacou Von Motke com ambas as mãos. Elas pareciam maças pesadas de metal, pois atingiram Tyr como uma batata.

Zas lançou uma flecha, mas o zumbi a partiu no ar como um palito. 
Lin criou uma farpa de gelo e jogou contra o zumbi, mas este bloqueou o ataque com os braços e estilhaçou o ataque da youkai em pequenos cristais.
Je-Ha mirou um soco na cabeça de Caius, mas este desviou do ataque. 

O pelotão estava azarado.

Ding pulou na direção do zumbi e desferiu um golpe em seu abdomen. As tripas do zumbi caíram para fora, mas nada de ele sequer sentir. Todos tiveram uma grande vontade de devolver o que quer que tivessem no estômago.